Criado em 1993, o Fotomuseum de Winterthur explora com coerência e determinação o mundo da fotografia em todas as suas acepções.
No seu décimo aniversário, o museu viu-se reforçado pela Fundação Suíça para a Fotografia. Hoje as duas instituições fazem de Winterthur um pólo da fotografia na Suíça.
"O Museu da Fotografia surgiu em bom momento, respondendo à demanda de uma sociedade em que a imagem desempenha papel cada vez mais importante". Joy Neri, responsável pelo fund raising(levantamento de fundos), realça de imediato o amplo enfoque dado à fotografia pelo Fotomuseum de Winterthur.
Fotografia como arte e como documento
"Aqui olhamos a fotografia como arte e como documento", esclarece, enquanto nos acompanha pelos locais da exposição recuperados de uma antiga fábrica de tecidos.
Criado em 1993 por iniciativa particular, o museu destacou-se imediatamente pela sua orientação internacional e pela atenção dedicada à fotografia sob todos seus aspectos, da foto artística à reportagem jornalística, da moda ao design industrial, da foto signalética à foto médica.
Nas exposições organizadas até agora, o museu preocupou-se em alternar apresentações do trabalho de fotográficos e artistas contemporâneos (Lewis Baltz, Nan Golden, Boris Mikhailov, William Eggleston...) com retrospectivas de clássicos da fotografia (Karl Blossfeldt, August Sander, Dorothea Lange, Weegee...) e mostras temáticas, capazes de destacar também a fotografia aplicada.
Com certa de 8 exposições anuais – das quais quatro grandes, duas pequenas na "Galeria" (que freqüentemente serve de contraponto à mostra principal) e duas dedicadas à coleção do museu – o museu de Winterthur já conquistou uma posição sólida no panorama artístico nacional e internacional. Cerca de 20% dos visitantes vêm do estrangeiro.
"Hoje o Fotomuseum é um dos dez melhores museus de fotografia do mundo e o maior na Europa", afirma com uma ponta de orgulho Joy Neri. E acrescenta:"Um sucesso que depende da coerência e da qualidade de nosso programa. Mas como pequena equipe, somos capazes de reagir rápidamente aos estímulos da sociedade".
Com o passar dos anos o museu criou também sua própria coleção, reunindo hoje aproximadamente três mil fotografias. Trata-se de obras realizadas a partir dos anos 60 do século XX, em particular de artistas que já expuseram no museu.
"Não estamos interessados em imagens únicas, mas de preferência em uma escolha representativa das obras de alguns nomes ilustres da fotografia contemporânea", explica Joy Nere.
Uma boa vizinhança com a Fundação de Fotografia
Em novembro de 2003, um golpe da sorte contribuiu para dar a Winterthur uma posição ainda mais importante no panorama da fotografia. Graças a uma contribuição de 8.4 milhões de francos da Fundação Volkart, a Fundação Suíça de Fotografia transferiu-se do Kunsthaus de Zurique a local defronte ao Museu de Fotografia.
No novo edifício encontraram espaço para um pequeno restaurante, uma loja de livros artísticos, de artigos de multimídia, uma biblioteca especializada e naturalmente os arquivos onde as fotografias podem ser conservadas em condições excelentes – além de dois espaços de exposição, um para a fundação e outro para o museu.
As duas instituições permanecem, porém, independentes. A Fundação para a Fotografia tem por tarefa conservar e valorizar o patrimônio fotográfico do país e o governo garante 70% de seu financiamento. O Museu da Fotografia, voltado principalmente para a foto contemporânea internacional, consegue três quartos de seu financiamento graças a fundos privados (membros, patrocinadores e visitantes).
O público parece apreciar essa vizinhança. Quatro quintos dos visitantes compram o bilhete que permite ingresso em ambas as instituições. E não faltam colaborações entre o Museu e a Fundação, como para a grande mostra dedicada a Robert Frank, em setembro de 2005. Juntas, as duas entidades dispõem da maior coleção de imagens do grande fotógrafo suíço.
swissinfo, Andrea Tognina, Winterthur
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