quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
LOMO cada vez mais popular!
O termo Lomografia deriva do nome das máquinas fotográficas soviéticas Lomo, que em plena guerra fria foram produzidas em massa com o intuito de documentarem o estilo de vida soviético visto pelos seus próprios intérpretes.
Na década de 90' o "ocidente" descobriu as Lomo que rapidamente deram origem a uma cultura própria, do quotidiano urbano, cujo lema é disparar sem pensar, sem limites, sem regras. A arte de fotografar com uma Lomo consiste em disparar o obturador ao acaso, de forma imprevisível, e a sua genialidade provém dessa particularidade: a Lomografia não é uma fotografia encenada, produzida, é tão só uma fotografia criativa do quotidiano, um estado de espírito de voyeurismo constante...
Aqui um resumo da história da Lomografia:
Na Primavera de 1991, de férias em Praga, dois estudantes austríacos, Mathias Fielg e Wolfgang Stranzinger, conheceram uma câmara fotográfica estranha, de nome LC-A ou Kompact Automat, que quase parecia um brinquedo. Ao experimentá-la, descobriram que os filmes revelados exibiam imagens perfeitas fosse qual fosse o modo como tinham fotografado. Quando a desmontaram perceberam o seu segredo: uma lente com uma definição invulgar que, devido à sua grande luminosidade, permitia inclusivamente fotografar à noite, sem flash.
A Kompact, dotada de um visor magnífico e de um dispositivo de focagem rápido, possui um sistema automático de exposição que mantém o diafragma aberto até se obter a exposição correta (prioridade de diafragma), o que pode demorar até 30 ou mais segundos. As características da objetiva produzem ainda na fotografia um traço inconfundível: uma vinheta escura semelhante a uma moldura
Em 1992, fruto do seu entusiasmo, Stranzinger e Fielg fundaram a "Lomographic Society International" e difundiram por toda a Europa as extraordinárias qualidades desta preciosidade que não tardou a gerar um movimento batizado de "Lomografia".
A Lomo tem um passado político: é uma relíquia da extinta União Soviética e surgiu em 1982, quando o general Igor Petrowitsch Kornitzky, do Ministério Russo da Indústria e da Defesa, amante da fotografia, e encantado com uma diminuta câmara japonesa, ordenou ao director da Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie - Empresa Óptica e Mecânica de Leningrado - a fabricação em massa de máquinas fotográficas pequenas, robustas e fáceis de usar. A ideia, que se revelou brilhante, consistia em colocá-las no mercado doméstico para que os soviéticos pudessem captar flagrantes do seu estilo de vida. A partir daí a Lomo transformou-se num poderoso instrumento de propaganda soviética e a Leningradskoye lançou então a Lomo LC-A ou Kompact Automat, que foi vendida não só na URSS, mas também no Vietnam, Alemanha Oriental e Cuba.
Alguns dos outros modelos da Lomo, que desde aí têm feito as delícias dos aficionados, chegam a ser completamente inusitados: uns permitem fotografar com diferença de tempo de até dois segundos por fotograma, alguns possuem flash, outros ainda permitem fragmentar a imagem em 4 ou 9 quadros no mesmo fotograma, em takes consecutivos a partir de pontos de vista ligeiramente diferentes, e outros, pasme-se, mal possuem um visor, o que torna virtualmente impossível conseguir um controle mínimo sobre o resultado final da fotografia, com imagens imprevisíveis muitas vezes com resultados criativos muito interessantes.
Em 1994, a Lomographic Society International promoveu o primeiro grande evento: uma grande mostra internacional simultânea em Nova York e Moscou, expondo murais de 10 mil Lomografias que retratavam o dia-a-dia das duas cidades. Este ano, a LSI foi convidada pela cidade de Londres e pelo London Design Festival para inaugurar o festival deste ano com uma exposição: um retrato do mundo em fotografias, a exposição LomoWorldWall, de 17 a 23 de Setembro, que contou com mais de 100.000 imagens mostradas ao ar livre na Trafalgar Square.
A Lomografia tornou-se movimento que não para de crescer com as várias Embaixadas Lomográficas espalhadas pelo mundo e com uma legião de adeptos que fazem da Lomografia uma nova abordagem da arte do voyeurismo militante, caminhando a passos largos para a concretização de um objetivo: o LomoWorldArchive, um registo visual do mundo graças às fotografias dos lomógrafos de todo o planeta.
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