terça-feira, 10 de março de 2009

Adão e Eva - Frank Eugene


PICTORIALISMO

Quem:
Anne W. Brigman, Alvin Langdon Coburn, Robert Demachy, Peter Henry Emerson, Hugo Erfurth, Frederick H. Evans, johan Hagemayer, Gertrude Käsebier, Heinrich Kühn, Alfred Maskell, Alfred Strieglitz, Edward Weston, Clarence H. White.

Quando:
1886 até meados de 1920.

Onde:
Europa e Estados Unidos

O que foi:
A partir da metade do século dezenove, membros do mundo da arte debatiam ardorosamente se a fotografia seria uma forma de arte comparável à pintura. Desde cedo os fotógrafos na França e Inglaterra tentavam produzir fotografias com inspiração nas pinturas acadêmicas, quase sempre sem resultados convincentes, como nos trabalhos de composição em foco suave de Julia Margareth Cameron.
Em 1886 Peter Henry Emerson, publicou um artigo bastante lido à época chamado “ Fotografia, uma arte pictórica”, defendendo a legitimidade artística da fotografia argumentando sua similaridade com a pintura. Esta publicação marca o nascimento do picturialismo que em pouco tempo se tornaria um movimento internacional, com seus próprios teóricos (Heinrich Kuhn, E.J. Constant Puyo e outros), exposições (The little Galleries of Photo-Secession em NY), academias e clubes (The Linked Ring em Londres, o Photo-Club em Paris). O pictorialismo também se desenvolveu no Japão mas não passou dos anos 20.
A manipulação sempre foi o ponto central do pictorialismo e seus seguidores citavam os diversos métodos de interferência manual para justificar sua afirmação de que a fotografia poderia ser tão criativa quanto a pintura. Eles arranhavam, desenhavam sobre as mesmas e retiravam partes de seu original, assim como o que chamavam de “desfoque artístico” e ajustes tonais, efeitos que se adaptavam bastante bem à técnica da goma bicromatada (especialidade de Robert Demachy)
Hoje está claro que não houve um só mas vários pictorialismos, não somente simbolista e naturalista, mas também de aspecto modernista como o que se produziu na Photo-Secession. A revista “Camera Work” editada por Alfred Stieglitz entre 1903 e 1917, mostra as transformações nesta estética que se encaminhava para a “fotografia direta” principalmente pela influência do fotógrafo Paul Strand; Séc XX, época de renovação, de revolução e estabelecimento de novos paradigmas, a “fotografia direta” combinava mais com estes tempos modernos. Todos estes movimentos exploraram uma gama extensa de gêneros, do retrato a paisagem. O pictorialismo convencional se tornou quase um padrão e provou ter aceitação por muito tempo, sendo praticado por fotógrafos amadores e profissionais até bem depois da Primeira Guerra Mundial.
O movimento Pictorialista teve vários aspectos positivos, tendo gerado avanços no debate sobre a natureza estética da fotografia, aumentou os valores das qualidades específicas do meio, estimulou a reflexão de sua relação com o mundo moderno e através de seu entusiástico processo de experimentação, fez seu trabalho bastante relevante aos fotógrafos e artistas da época.

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